O título desse texto foi um destaque no
artigo “Naturismo e Novas Vivências” do amigo Edson Medeiros e hoje, 04/10/13,
é comemorado o “Dia Mundial dos Animais”. Neste dia, a vida animal em todas as
suas formas é celebrada, e eventos especiais são planejados em locais por todo
o mundo. Instituído em 1931 pelo Congresso Internacional de Partidários do
Movimento em Defesa da Natureza, data
escolhida em homenagem a São Francisco de Assis considerado protetor dos
animais.
Questiono: o que tem sido
comemorado? Durante os últimos 500 anos extinguiram-se por completo 844
espécies animais e de acordo com as estimativas da Aliança Internacional de
Proteção de Animais, cerca de um quarto de todos os mamíferos estão à beira da
extinção.
O Naturismo, enquanto
uma filosofia de vida que busca a integração do homem de forma harmônica com a
natureza, universalista, pacífica, mostra como é lento o processo de
conscientização. De um lado, uma sociedade que mercantilizou o corpo que deixa
as pessoas obsessivas ou frustradas, de outro, não são muitos os praticantes
que desejam o compromisso de ficar esclarecendo àqueles que nem se interessam
em conhecer o tipo de transformação que esse movimento é capaz de realizar na
vida do indivíduo. O resultado tem sido desalentador, principalmente para quem
escreve, sente-se isolado, uma voz na multidão.
Às vésperas do II
Encontro Norte Nordeste de Naturismo tendo como pilares temáticos a
“Espiritualidade, Solidariedade e Compromisso”, mostra que o Naturismo tem
evoluído para algo mais do que a simples nudez corporal. A abordagem desses
assuntos é significativa e ao mesmo tempo provocativa. Significativa porque a
Espiritualidade implica ir além das crenças religiosas, a bem da verdade nada
tem a ver com religião e sim como podemos SENTIR A VIDA, não é racional e sim
existencial.
“O
homem quando se despe predispõe-se a mudanças mais fundamentais e
significativas em sua vida. Tendo recuperado este espaço de liberdade que é o
seu próprio corpo, tendo superado este imenso tabu que é a nudez, um horizonte
todo se alarga, propiciando reflexões mais amplas e aprofundadas sobre o
existir, sobre o viver. Antigos valores, arcaicas crenças, códigos, posturas,
comportamentos condicionados pela velha moral, começam a ser repensados,
redefinidos, questionados”. (Edson Medeiros)
O Naturismo assim torna-se
uma técnica para que possamos ver a vida de uma forma diferente e mais humana.
Os prazeres obtidos nos encontros não se tornam objetivos e sim conseqüências
da conquista da liberdade e de se sentir uno com toda a natureza. Somente pelo
título do livro “Todos os Animais São Nossos Irmãos” de Marcel Benedeti já nos
sensibiliza que temos que repensar sobre o direito à vida.
O Congresso Espanhol
aprovou o texto do Projeto de Lei que declara a tourada como patrimônio
cultural. Mais uma vez perde os protetores dos animais e o Naturismo também
enfraquecido pela desvalorização da vida que tanto defendemos. Até quando o ser
humano suportará a sua agressividade e violência?
Evandro Telles
04/10/13
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