sábado, 7 de setembro de 2019
segunda-feira, 24 de junho de 2019
POLÍTICA E NATURISMO
Um pouco antes da eleição para
presidente da República do Brasil no primeiro turno em 07/10/2018, observei uma
certa tensão entre as pessoas, discussão acirrada, até mesmo dentro das
famílias, continuou após o 2º turno em 28/10/2018 e tenho percebido que ainda
permanece.
Interessante foi notar que entre
as pessoas que praticam e defendem o Naturismo como uma filosofia de vida de
respeito e de harmonia também tiveram rompimentos por opiniões diferentes com
certa agressividade, ofensas pessoais e como resultado um distanciamento de
indivíduos que se admiravam. O que aconteceu? Os valores do Naturismo foram
esquecidos?
Entendam que os naturistas são
pessoas que dividem o mundo social com o mundo natural que muitas vezes são
conflitantes, valores diferentes. Mas temos que conviver e ter o conhecimento
necessário para entender esses conflitos sem violência, é compreender o outro
que também possui suas limitações.
Assim sendo, o naturista deveria
ser aquela pessoa que poderia compreender mais a natureza humana, buscando
sempre o conhecimento com argumentos esclarecedores, uma voz em defesa do meio
ambiente, dos animais, da vida enfim. Mas isso não está inserido nas ações
políticas? Lógico que está, então devemos sim preocuparmos com as ações que
preservem esses valores. Como diz Edson Medeiros: “Naturismo antes de tudo é um
compromisso com a vida”.
O assunto “política” que deveria
ser inserido nos grupos virtuais dos naturistas se tornou um tema proibido,
isso porque foi esquecido o que é trocar ideias, criou-se um fanatismo político
generalizado, não se tem o conhecimento como uma premissa básica para avaliação
das ações que defendem a natureza, nem mesmo houve o cuidado de analisar a
história do Naturismo em nosso país.
Não faltou esforço do Celso Rossi
para fincar a bandeira do Naturismo na Praia do Pinho, cuja história relatada
no seu livro “A Redescoberta do Homem” em tempos repressivos, do mesmo modo
Pedro Ribeiro na Praia de Abricó, os livros de Paulo Pereira mostrando a
história documentada, Cristina Agostinho com a biografia da Luz Del Fuego, Jorge
Bandeira com suas peças teatrais, a própria Luz com o livro Verdade Nua expõe
os falsos pudores da sociedade. Enfim, será que ninguém percebeu que de um modo
geral a política estava embutida num sentido mais amplo? Só é preciso buscar e
gostar do conhecimento por meio da leitura.
O fanatismo cria barreiras para o
autodesenvolvimento do mesmo modo que os preconceitos, até mesmo para as
descobertas científicas, “a compreensão do novo só é possível removendo os
apoios antigos”. (1)
Paulo Ghiraldelli, um filósofo,
professor e outras qualificações, na sua página no YouTube mostra um modo de
pensar político sem partidarismo, por que não estudar mais esse assunto para
que possamos conversar de um modo mais inteligente?
Livros também não faltam de
Henrique Rattner, um dos grandes pensadores do Brasil, sociólogo, economista,
professor (2).
Por que não buscarmos
conhecimento em fontes confiáveis no lugar de criarmos assuntos velados dentro
do Naturismo? Alguns dizem que é uma questão de opinião, não, não é, é falta de
conhecimento mesmo. Como já nos disse João Olavo “O mundo precisa do Naturismo”.
Mas o que adianta se continuam sentindo ofendidos por assuntos que necessitam
ser tocados, precisam ser analisados e não criar barreiras para nossa evolução.
Naturismo tem implicações nas
suas estruturas pessoais e se pensado, devidamente estudado, irá proporcionar
benefícios não tão somente individuais, mas para todos que nos rodeiam.
Muitas entrevistas já publicadas
não faltam elogios ao Naturismo dizendo: “É uma sensação de liberdade”. Quer
queiram ou não, tem implicações políticas.
(1) Andreeta;
Prof. Dr. José Pedro e Maria de Lourdes “Quem Se Atreve A Ter Certeza?”
(2) Rattner;
Henrique “Tecnologia e Sociedade”
Evandro Telles
24/06/19
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
NATURISMO E A TRAGÉDIA DE BRUMADINHO
Para os que pensam que Naturismo
nada tem a ver com a tragédia de Brumadino ou estão desinformados ou possuem
ideias bastante equivocadas acerca desse estilo de vida. Já dizia o amigo Edson
Medeiros: “Naturismo antes de tudo é um compromisso com a vida” e se só isso
não bastasse em seu conceito diz “Um modo de vida em harmonia com a natureza”. De
um modo ou outro, a queda da barragem 1 da mineradora agride todos os meus
valores naturais e humanos, sentimento de impotência invade diante dos
descasos, da irresponsabilidade, da ambição, da falta de amor pela vida que há
anos venho defendendo.
Até o Rei do Baião Luiz Gonzaga
se indignou com ações humanas em sua música “Assum Preto”:
Tudo em volta é só beleza
Sol de Abril e a mata em flor
Mas Assum Preto, cego dos olhos
Não vendo a luz, ai, canta de dor
Talvez por ignorância
Ou maldade da pior
Furaram os olhos do Assum Preto
Para ele assim, ai, cantar melhor
Assum Preto vive solto
Mas não pode mais voar
Mil vezes a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse
olhar
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaram o meu amor
Que era a luz, ai, dos olhos meus
Atualmente qualquer coisa que nos
traz indignação, as pessoas já vêm falando sobre políticos. Tanto faz elogios
ou críticas a corrente contrária já vem agredindo como se tivessem solução para
tudo. Se faz algum comentário de cunho religioso, muitos vêm com pedras na mão
sem ao menos ter lido um livro de Richard Dawkins ou Lisandro Hubris. Tudo parece
verdades absolutas e assim nasce uma ideologia no limite do fanatismo. É
preciso aprender trocar ideias, é preciso saber o significado de respeito e
buscar incessantemente o conhecimento. A história da Bastilha, uma fortaleza no
século XV na França, transformada em prisão do Estado, ou seja, um local onde
eram presos aqueles que discordavam ou representavam uma ameaça ao poder
absolutista dos reis é um exemplo do que devemos evitar: A segregação, a prisão
do pensamento, a falta de respeito com o que nos é diferente, necessário é cultivar
mais humanidade.
Os naturistas também têm uma
parcela de culpa nessa fatalidade, por quê? Simplesmente porque ainda não fomos
capazes de criar uma Federação representativa, forte o bastante para que
tivéssemos pessoas que orientasse nas questões ambientais e uma voz para ser
ouvida. Para que serve a FBrN? Alguns ainda dizem. Serviria para não deixar
roubar o amor que temos pela natureza, serviria para denunciar maus tratos com
os nossos animais, mas com profissionalismo. Como disse Paulo Pereira em seu
último artigo “Vida Livre: Conforme a Natureza...”publicado no Jornal Olho Nu
de Janeiro/2019: “Devemos, com toda a
prioridade, prestigiar a racionalidade, o bom senso, o conhecimento científico,
a voz da natureza, em vez de devaneios pueris.”
Às vésperas de mais um Congresso
Brasileiro de Naturismo, que tal pensarmos em como criar uma Federação mais
representativa?
Voltando novamente ao artigo
acima citado, Paulo faz uma observação que há muito tempo o Leonardo Spínola
vem pedindo e que aparentemente se perde no ar, ou seja: “Necessitamos urgentemente fazer o real resgate do
natural, da natureza toda nua, dos instintos. Viver livremente está longe de
ser uma utopia, desde que haja conscientização e comprometimento”.
Vendo as pessoas naquele
sofrimento, os animais se debatendo para sua sobrevivência, só mostra como nós
humanos estamos nos destruindo por não considerarmos parte da natureza.
Certa vez o João Olavo me disse:
“O Mundo precisa do Naturismo”. Pelo visto, precisa mesmo.
Evandro Telles
30/01/19
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