”Os homens nunca praticam o mal de modo tão
completo e animado como quando o fazem a partir de convicção religiosa”,
escreveu o filósofo Blaise Pascal. De 1500 Até os dias atuais a violência e as
atrocidades cometidas pelo homem contra o seu semelhante por falta de
tolerância religiosa é de tamanha envergadura que fica difícil acreditar na
possibilidade do ser humano ter sido capaz de realizar tanta agressividade.
Se alguém pensa que isso
é coisa do passado está muito enganado; a guerra na Síria adquire cada vez mais
traços de guerra religiosa, ou seja, ela está se transformando num confronto
entre sunitas e xiitas.
(http://portuguese.ruvr.ru/2013_07_30/Tropas-de-Assad-tomaram-a-cidade-de-Homs-6835/).
Na Irlanda do
Norte protestantes e católicos ainda se hostilizam; na Índia hindus e sikhs se
gladiam; na Armênia cristãos e muçulmanos se agridem; no Sri Lanka budistas atacam
cristãos e hindus. Marcelo da Luz então questiona e analisa em seu livro “Onde
a Religião Termina?” dada
a onipresença da violência religiosa, é esta apenas uma conseqüência acidental
das manifestações de credulidade ou é a própria religião, na sua conjuntura
estrutural, o gatilho armado à deflagração da violência? É a religião vítima da
manipulação de outros agentes alheios aos seus princípios, ou está nela
plantada a raiz da violência?
James A. Haught em
“Perseguições Religiosas” faz um relato da história do fanatismo e dos crimes
religiosos sumarizados nos últimos nove séculos que nos deixa perplexos de como
tem sido a evolução da nossa espécie.
Eckhart Tolle em “O
Despertar de Uma Nova Consciência” afirma que as religiões, numa grande medida,
firmaram-se como forças divisoras em vez de unificadoras, e que a nova
espiritualidade, a transformação da consciência, está surgindo em grande parte
fora das estruturas das religiões institucionalizadas.
Qual é o verdadeiro
problema? A questão é que os conflitos surgem quando um grupo de pessoas assume
ser detentora da verdade e todos os outros estão errados e assim como são
contra a Divindade devem ser perseguidos e aniquilados. Como vivemos no mundo
da dualidade sempre existirá alguém com pensamentos opostos ao seu. O que o
homem do século XXI precisa na atualidade é de TOLERÂNCIA E RESPEITO.
Surge o Naturismo no
início do século XX como uma força propulsora que mais cedo ou tarde irá o
indivíduo refletir sobre a sua própria natureza e irá concluir a inexistência
da verdade absoluta. Toda a natureza é integrada, fragmentada na mente do homem
que tem dificuldades de perceber a totalidade. O dia é a continuidade da noite,
a morte é a continuidade da vida, nada pode ser separado, tudo é integrado. Não
pode haver separatismos dentro do movimento naturista, nem mesmo manifestações
políticas e religiosas em respeito à individualidade das pessoas e a
universalidade da natureza.
No entanto, a prática do
Naturismo consciente requer desprendimento, tanto corporal como mental, o que
tem tornado difícil para o homem moderno que criou para sua natureza problemas
de diversas ordens, poucos percebem a poesia do corpo e muitos o sexo. Não só isso,
também tem dificuldades de aceitação da sua própria natureza, não se sentem bem
com ela. Toda a natureza é nua e não há dificuldade alguma, só o homem que cria
embaraços, desestrutura e provoca desequilíbrios. Algo deu errado na sua
construção! Buda tem razão quando diz: Viva em alegria, em paz, mesmo entre os perturbados.
O biólogo Arthur Golgo
Lucas escreve com muita propriedade seus argumentos contrários à nudez em
manifestações políticas, e ele tem razão, a nudez naturista não é para
convencer a sociedade de nada, na verdade é para proporcionar transformações em
si mesmo. As mudanças sociais devem ocorrer a partir do próprio indivíduo.
Osho no seu livro
“Alegria – A Felicidade que Vem de Dentro” cita que o problema não é a guerra, e as marchas de protesto não
irão ajudar. O problema é a agressão interior nos indivíduos. As pessoas não
estão à vontade consigo mesmas, daí precisar haver a guerra; do contrário,
essas pessoas enlouquecerão. A cada década uma grande guerra é necessária para
descarregar a humanidade de sua neurose.
Por que acham que defendo
publicamente o Naturismo sem impor a minha nudez? Porque ainda tenho a utopia
que o ser humano ainda possa viver em paz.
Evandro Telles
07/08/13
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