Um pouco antes da eleição para
presidente da República do Brasil no primeiro turno em 07/10/2018, observei uma
certa tensão entre as pessoas, discussão acirrada, até mesmo dentro das
famílias, continuou após o 2º turno em 28/10/2018 e tenho percebido que ainda
permanece.
Interessante foi notar que entre
as pessoas que praticam e defendem o Naturismo como uma filosofia de vida de
respeito e de harmonia também tiveram rompimentos por opiniões diferentes com
certa agressividade, ofensas pessoais e como resultado um distanciamento de
indivíduos que se admiravam. O que aconteceu? Os valores do Naturismo foram
esquecidos?
Entendam que os naturistas são
pessoas que dividem o mundo social com o mundo natural que muitas vezes são
conflitantes, valores diferentes. Mas temos que conviver e ter o conhecimento
necessário para entender esses conflitos sem violência, é compreender o outro
que também possui suas limitações.
Assim sendo, o naturista deveria
ser aquela pessoa que poderia compreender mais a natureza humana, buscando
sempre o conhecimento com argumentos esclarecedores, uma voz em defesa do meio
ambiente, dos animais, da vida enfim. Mas isso não está inserido nas ações
políticas? Lógico que está, então devemos sim preocuparmos com as ações que
preservem esses valores. Como diz Edson Medeiros: “Naturismo antes de tudo é um
compromisso com a vida”.
O assunto “política” que deveria
ser inserido nos grupos virtuais dos naturistas se tornou um tema proibido,
isso porque foi esquecido o que é trocar ideias, criou-se um fanatismo político
generalizado, não se tem o conhecimento como uma premissa básica para avaliação
das ações que defendem a natureza, nem mesmo houve o cuidado de analisar a
história do Naturismo em nosso país.
Não faltou esforço do Celso Rossi
para fincar a bandeira do Naturismo na Praia do Pinho, cuja história relatada
no seu livro “A Redescoberta do Homem” em tempos repressivos, do mesmo modo
Pedro Ribeiro na Praia de Abricó, os livros de Paulo Pereira mostrando a
história documentada, Cristina Agostinho com a biografia da Luz Del Fuego, Jorge
Bandeira com suas peças teatrais, a própria Luz com o livro Verdade Nua expõe
os falsos pudores da sociedade. Enfim, será que ninguém percebeu que de um modo
geral a política estava embutida num sentido mais amplo? Só é preciso buscar e
gostar do conhecimento por meio da leitura.
O fanatismo cria barreiras para o
autodesenvolvimento do mesmo modo que os preconceitos, até mesmo para as
descobertas científicas, “a compreensão do novo só é possível removendo os
apoios antigos”. (1)
Paulo Ghiraldelli, um filósofo,
professor e outras qualificações, na sua página no YouTube mostra um modo de
pensar político sem partidarismo, por que não estudar mais esse assunto para
que possamos conversar de um modo mais inteligente?
Livros também não faltam de
Henrique Rattner, um dos grandes pensadores do Brasil, sociólogo, economista,
professor (2).
Por que não buscarmos
conhecimento em fontes confiáveis no lugar de criarmos assuntos velados dentro
do Naturismo? Alguns dizem que é uma questão de opinião, não, não é, é falta de
conhecimento mesmo. Como já nos disse João Olavo “O mundo precisa do Naturismo”.
Mas o que adianta se continuam sentindo ofendidos por assuntos que necessitam
ser tocados, precisam ser analisados e não criar barreiras para nossa evolução.
Naturismo tem implicações nas
suas estruturas pessoais e se pensado, devidamente estudado, irá proporcionar
benefícios não tão somente individuais, mas para todos que nos rodeiam.
Muitas entrevistas já publicadas
não faltam elogios ao Naturismo dizendo: “É uma sensação de liberdade”. Quer
queiram ou não, tem implicações políticas.
(1) Andreeta;
Prof. Dr. José Pedro e Maria de Lourdes “Quem Se Atreve A Ter Certeza?”
(2) Rattner;
Henrique “Tecnologia e Sociedade”
Evandro Telles
24/06/19